(quem é o autor da foto? apanhei-o no Expresso da Ilhas, mas quem é o autor?)
Solange apresenta o seu primeiro álbum, Hotel Trópico, Sábado, dia 20, 19h.
À partida seria um bom programa. Confesso que estava desconfiado da escolha do Hotel Trópico. Para mim, arte é para ser apresentada em lugar de arte. Todos os meus amigos artistas, quando apresentam um trabalho, num espaço que não tem a religiosidade necessária da arte, faço sempre esta crítica: ficou a faltar ambiente de arte. No caso deste evento da Solange, não só ficou a faltar ambiente de arte, como a arte foi só uma fracção do todo:
O espectáculo, se é que se pode chamar aquilo de espectáculo, começou com 1 hora de atraso!! Razão, toda a gente aguardava o Presidente da República. Meu querido Presidente, com esta a Excelência perdeu pontos da minha admiração. Foi inqualificável! Quase me levantava e ía para casa, bem mais quentinha que aquela noite fria que se fazia sentir à beira da piscina.
Mas o pior estava por vir: um rol de marketing descarado e sem graça dos Mendes Brothers e, mais grave ainda, os discursos de João Mendes e Ramiro Mendes. A esses dois, aconselharia uma coisa: tenham também profissionalismo de discurso. O improviso, que fica bem na arte, não fica tão bem em determinados momentos: ao iniciar a apresentação, João improvisa claramente, cumprimentando o Presidente, o Primeiro Ministro, quase a esquecer a Primeira-Dama, que se não me engano devia ser cumprimentada logo depois do Presidente, depois esqueceu todo o corpo diplomático que estava ali, não cumprimentou os familiares da artista, quanto menos o resto do público. É assim: ou há protocolo ou então o homem devia simplesmente apresentar o evento. O Ramiro, este é que acabou por nos massacrar com as suas dissertações sobre História, Cultura e Política. Ramiro pára com isso! Pela segunda vez oiço o homem, com as suas considerações leves sobre a Cultura e a sua ingenuidade sobre a Política. Ainda por cima puxando o saco de Pedro Pires a toda hora. Ainda por cima roubando protagonismo à artista.
Por fim (depois de 1hora + discursos estapafúrdios) veio a arte. Foi um deleite ouvir e ver Solange. Ela tem uma interpretação segura e convicta. Expressa bem no palco. Fala bem, acabando por salvar os discursos. E a música, aí sim parabenizo os Mendes Brothers, está deliciosa.
No encerramento, mais discursos dos MB, uf!!! Conclusão: a arte da Solange, que devia ser maior parte do evento, ficou reduzido a uma peça de marketing dos MB. Detestei!!
Solange apresenta o seu primeiro álbum, Hotel Trópico, Sábado, dia 20, 19h.
À partida seria um bom programa. Confesso que estava desconfiado da escolha do Hotel Trópico. Para mim, arte é para ser apresentada em lugar de arte. Todos os meus amigos artistas, quando apresentam um trabalho, num espaço que não tem a religiosidade necessária da arte, faço sempre esta crítica: ficou a faltar ambiente de arte. No caso deste evento da Solange, não só ficou a faltar ambiente de arte, como a arte foi só uma fracção do todo:
O espectáculo, se é que se pode chamar aquilo de espectáculo, começou com 1 hora de atraso!! Razão, toda a gente aguardava o Presidente da República. Meu querido Presidente, com esta a Excelência perdeu pontos da minha admiração. Foi inqualificável! Quase me levantava e ía para casa, bem mais quentinha que aquela noite fria que se fazia sentir à beira da piscina.
Mas o pior estava por vir: um rol de marketing descarado e sem graça dos Mendes Brothers e, mais grave ainda, os discursos de João Mendes e Ramiro Mendes. A esses dois, aconselharia uma coisa: tenham também profissionalismo de discurso. O improviso, que fica bem na arte, não fica tão bem em determinados momentos: ao iniciar a apresentação, João improvisa claramente, cumprimentando o Presidente, o Primeiro Ministro, quase a esquecer a Primeira-Dama, que se não me engano devia ser cumprimentada logo depois do Presidente, depois esqueceu todo o corpo diplomático que estava ali, não cumprimentou os familiares da artista, quanto menos o resto do público. É assim: ou há protocolo ou então o homem devia simplesmente apresentar o evento. O Ramiro, este é que acabou por nos massacrar com as suas dissertações sobre História, Cultura e Política. Ramiro pára com isso! Pela segunda vez oiço o homem, com as suas considerações leves sobre a Cultura e a sua ingenuidade sobre a Política. Ainda por cima puxando o saco de Pedro Pires a toda hora. Ainda por cima roubando protagonismo à artista.
Por fim (depois de 1hora + discursos estapafúrdios) veio a arte. Foi um deleite ouvir e ver Solange. Ela tem uma interpretação segura e convicta. Expressa bem no palco. Fala bem, acabando por salvar os discursos. E a música, aí sim parabenizo os Mendes Brothers, está deliciosa.
No encerramento, mais discursos dos MB, uf!!! Conclusão: a arte da Solange, que devia ser maior parte do evento, ficou reduzido a uma peça de marketing dos MB. Detestei!!
8 comentários:
Oi Amilcar. Sobre o hotel, não desenvolvi, mas disse aí sobre a arte nos espaços da arte. Ou seja, a arte em salas de música, em galerias, em museus. Essas apresentações em hotéis puxam a arte para o lado do entertenimento, um conceito muito presente na nossa "arte", que contesto bastante. Não tenho nada contra o entertenimento, desde que seja feita a distinção entre arte e entertenimento.
Abç
sô fkà mesmo a ideia :o M.C. que se cuide ,no que diz respeito a "discursos" (longos e impotentes) tem a concorência do RM...
Hiena
Achei estranho a Solange no Hotel Tropico...tens razão...arte em local de arte..assim cria se o eclipse...mas ..ja ouvi a cantar..e gostei...
Não sejas Ingenuo....a culpa do atraso não foi do Presidente....pensa bem..e vê!..a organização para não ficar mal põe ....
...Inclusive deviam pedir desculpas ao Presidente.
Lugar de arte ê undi? Coba Minhoto? Safendi? Platô? Cloaca? Paxenxa pá nhô!
Lugar de arte é como lugar de missa, se é que me entendes? (duvido).
lugar de arte??? Bem, essa saiu-te um bocadinho ao lado, não??? a arte acontece indipendentemente do lugar e o trópico seria um sítio tão possível como qualquer outro...
SP
A arte pode ser LEVADA para todo o lugar. Mas existem lugares para a arte, porque tecnicamente necessitam desses lugares. Senão não se gastavam milhões em lugares apropriados.
Outra coisa é ARTE NA RUA, que tem a ver com a Arte Urbana. Ou então Land Art que tem a ver com a arte na natureza, com elementos da natureza.
Entretanto, todo o espaço, mesmo um hotel, pode se transformar em "lugar de arte", desde que seja essa a intenção. Caso contrário é puro entretenimento, uma noção que agora confundimos com arte.
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