A violência interna nos países é como a violência dentro das famílias: os vizinhos e os amigos sabem da sua existência, mas não se metem. Quando os beligerantes aumentam o tom, a tal ponto que atravessa as paredes da sua intimidade e nos chega aos ouvidos, nos fere, fingimos não ouvir e continuamos a ver para a televisão. Quando acontecer que se parta a louça, talvez um dos vizinhos, um dos mais conscienciosos, possa se dirigir aos pares, tentando os apartar. Mas ninguém se mete, para tentar denunciar, criticar ou restabelecer a ordem, pelo diálogo. Quando então, infelizmente, acontece a tragédia, resultando na morte, aí todos se põem a mostrar uma profunda indignação e a debitar os discursos moralizantes, apelando à razoabilidade e ao respeito às instituições.
Na Guiné-Bissau os berros e o barulho da louça partida nos chega constantemente, mas terá havido uma acção enérgica e dissuasora dos vizinhos e amigos? O mesmo direito que nos autoriza a criar acções diplomáticas concertadas agora, não nos autorizava a criar acções dissuasoras preventivas mais efectivas no passado?
A violência dentro de um país, uma célula no tecido global, ou de uma família, uma célula no tecido social, não é um assunto privado; a comunidade é responsável.
Na Guiné-Bissau os berros e o barulho da louça partida nos chega constantemente, mas terá havido uma acção enérgica e dissuasora dos vizinhos e amigos? O mesmo direito que nos autoriza a criar acções diplomáticas concertadas agora, não nos autorizava a criar acções dissuasoras preventivas mais efectivas no passado?
A violência dentro de um país, uma célula no tecido global, ou de uma família, uma célula no tecido social, não é um assunto privado; a comunidade é responsável.
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