26.3.09

Há figuras fantásticas

Há pessoas que nos marcaram e continuam a marcar. É o caso de Djick, o professor de filosofia; o meu professor de filosofia. Com ele comecei a ver que o acto de pensar se faz de duas maneiras: seguindo a corrente geral, o senso comum e o que nos ensinam; ou exercendo a crítica a cada passo que damos. Mas Djick é uma figura que nos marca sobretudo pela forma como encara e vive a vida. Por circunstâncias felizes, acabei por ficar mais próximo dele. Fiquei a conhecê-lo mais. Fiquei a saber que foi e é um atleta dedicado; vive com a calma de uma brisa do mar, o mar que é a sua imensa paixão, junto com a música, que também lecciona, e a filosofia, claro.

Aconteceu hoje. Eu trabalho numa zona da cidade que o pessoal já chama de "Wall Street", porque caboverdiano gosta de dar nomes sarcásticos às coisas e porque concentra realmente um número considerável de serviços de ponta: bolsa de valores, bancos, operadoras de telecomunicações. Trabalho em telecomunicações, desenvolvendo soluções, o que é um desafio e tanto. Trabalho das 8 até quando der para ir para casa. Almoço a correr. Vivo a correr, para além de gostar de fazer todo o resto que faço. Hoje, saí para ir a uma caixa ATM e foi quando vi Djick, vindo em minha direcção, caminhando a passo de vaca, de calções, chinelas, óculos de mergulho, barbatanas e assobiando. Vi aquela nuvem de tranquilidade aproximando até chegar a mim. Cumprimentou e perguntei-lhe, carregado de inveja: "vai curtir uma praia?" Ele respondeu: "sempre!" E continuou pela Wall Street abaixo, como se nada fosse. Como se todos os dias fossem um domingo tranquilo.

Quando chegar à sua idade, quero ter o físico, a mente, a sabedoria e a calma deste homem, o meu professor de filosofia de vida.

1 comentário:

Rosi disse...

Mi N ta passa vida ta fla nhas colegas li na PT ma na CV nu tem kualidade di vida, ma ta da tempu pa tudo. Axu ki si N tivesse la N ta skodjeba vivi di manera mas facil :D