Manuel Maria Carrilho, antigo Min.Cultura de Portugal, escreveu uma carta onde tece duras críticas ao actual Min.Cultura. quanto à sua política cultural. Pergunto-me o que inibe os nossos antigos Min.Cultura de INTERVIR na presente política cultural. Carrilho que conseguiu aumentar o Orçamento do Estado para a Cultura para 1%, briga agora para que esta cifra seja reposta, uma vez que baixou. Dizia também que é preciso reforçar: o património, as artes cénicas (música, teatro e dança) e as artes visuais, o cinema e o audiovisual, o livro e a leitura, a acção cultural externa. Nós temos 3% e um déficit de projectos para qualquer uma dessas áreas. Nós ainda temos a área da Investigação Cultural, que para nós é crítica, visto precisarmos recuperar a memória e os nossos valores autóctones . Ainda há a questão da língua. Nós temos tudo por fazer, estamos sempre a re-inventar a roda e, ainda por cima, a estragar coisas que foram feitas. Em comparação:
- Património - isso vai acabar, se não intervirmos. Veja-se os centros de Mindelo e Praia. Veja-se as construções (armazéns de betão) em pleno sítio arqueológico da Cidade Velha.
- Artes de espectáculo - música vai sobrevivendo no mercado internacional; dança, o único grupo digno do nome sobrevive por milagre; teatro...o que falta para capitalizarmos a experiência de SV para todo o país?
- Artes visuais - acabar com o projecto do antigo Centro Nacional de Artesanato foi o pior assassinato cultural do pós-independência; audiovisual e cinema, esquece! Escola, precisa-se!
- Livro/Leitura - ....tenho dificuldades em dizer que temos uma ficção CV contemporânea. Quanta gente lê um livro por ano? Quantos autores em média conhece um jovem de 18 anos?
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